Os secretários estaduais de Saúde demonstraram irritação com os critérios adotados pelo Ministério da Saúde para distribuir cerca de R$ 4 bilhões pelo Ministério da Saúde a estados e municípios. Segundo a coluna Painel, da Folha, a questão foi amplamente discutida durante o feriado no grupo de WhatsApp dos representantes.

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, se disse “realmente revoltado com essa divisão política do recurso do SUS” e reclamou que Salvador recebeu, proporcionalmente, mais dinheiro do que todo o estado. A capital é administrada por ACM Neto, do DEM, mesmo partido de Mandetta. “É um escândalo, estão passando dinheiro para seus apadrinhados”, escreveu Vilas-Boas. Foram repassados R$ 114 milhões para a Bahia e R$ 48 milhões para Salvador.

Parte da verba foi destinada a cidades que ainda não registraram casos de coronavírus, enquanto estados com grande número de doentes, como Amazonas, onde a rede hospitalar já colapsou, receberam menos do que algumas cidades. Os representantes estaduais preparam carta crítica à decisão de Luiz Henrique Mandetta.

Outra queixa é o repasse imediato de R$ 2 bilhões às Santas Casas, já que esses hospitais não são os da linha de frente no enfrentamento da doença. Em muitos casos, principalmente no Norte e Nordeste, nem há Santas Casas.​Compartilhe