As vendas do varejo na Bahia voltaram a crescer (1,6%), em fevereiro, em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Foi o primeiro resultado positivo após três recuos consecutivos (-3% de outubro para novembro, -4,1% de novembro para dezembro e -2,2% de dezembro para janeiro). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.
Com esse desempenho, o volume de vendas na Bahia já se encontra praticamente no patamar registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia, com uma discreta variação negativa (-0,1%) no acumulando entre março de 2020 e fevereiro de 2021.
O resultado do comércio varejista baiano entre janeiro e fevereiro (1,6%) foi superior ao nacional (0,6%), e acompanhou o movimento de crescimento verificado em 19 das 27 unidades da Federação..
Entretanto, o resultado das vendas do varejo na Bahia foi negativo na comparação de fevereiro/21 com fevereiro/20, mostrando queda de 5%. Foi o quarto recuo consecutivo no volume de vendas nesse confronto com o mesmo mês do ano anterior e um resultado pior que o verificado no Brasil como um todo (-3,8%).
Foi ainda o pior fevereiro para as vendas do varejo no estado desde 2017, quando havia sido registrada uma queda de -6,4%.
Frente a fevereiro de 2020, 18 das 27 unidades da Federação tiveram quedas nas vendas. Os piores resultados foram registrados em Tocantins (-18,5%), Amazonas (-16,9%) e Distrito Federal (-15,1%), enquanto os melhores ocorreram em Piauí (14,1%), Amapá (10,1%) e Pará (4,1%).
Com o desempenho de fevereiro, o varejo baiano apresenta retração no acumulado do ano (-3,8%), em um resultado pior que o nacional (-2,1%). Também se mantém em queda (-4,9%) no acumulado nos últimos 12 meses (frente aos 12 meses anteriores). O estado tem o terceiro pior resultado do país nesse confronto, acima apenas de Distrito Federal (-7,3%) e Ceará (-6,1%).
O Brasil como um todo mostra avanço de 0,4% nas vendas do varejo, nos 12 meses encerrados em fevereiro. Pará (9,2%), Piauí (7,9%) e Maranhão (7,5%) lideram entre os resultados positivos, nessa comparação.
Quedas nas vendas de supermercado
Em fevereiro, na Bahia, 6 das 8 atividades do varejo restrito (que exclui as vendas de automóveis e material de construção) tiveram quedas nas vendas, frente ao mesmo mês de 2020.
Os dois únicos segmentos que mostraram resultados positivos foram, mais uma vez, os de móveis e eletrodomésticos (26,5%), com a maior alta no mês e a principal influência positiva no resultado geral; e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,2%, o nono resultado positivo seguido).
Dentre as atividades com quedas na vendas em fevereiro, na Bahia, a taxa mais negativa veio novamente de livros, jornais, revistas e papelaria (-43,9%), que mostra intensos recuos mensais seguidos desde julho de 2018.
Entretanto, as principais contribuições para o resultado negativo do varejo baiano em geral vieram, mais uma vez, das quedas na vendas dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-10,8%) e do segmento de tecidos vestuário e calçados (-27,9%).
As vendas dos mercados vêm em recuos seguidos desde novembro de 2020 e tiveram importante aceleração em fevereiro (-10,8%), frente ao resultado de janeiro (-6,5%). É o setor de maior peso na estrutura do varejo baiano, por isso teve a principal influência no resultado geral.
As vendas de vestuário mostraram o terceiro recuo seguido e o segundo pior desempenho entre os segmentos, no mês de fevereiro, na Bahia. Nos acumulados no ano de 2021 (-23,8%) e nos 12 meses encerrados em fevereiro (-32,5%), a atividade também tem os segundos piores resultados do varejo no estado, só melhor que os das livrarias (-53,9% e -51,7%, respectivamente).
Vendas do varejo ampliado
Em fevereiro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado baiano apresentou crescimento frente ao mês anterior (4,4%), na série livre de influências sazonais.
Foi o primeiro resultado positivo após três retrações consecutivas e, com isso, o estado ficou acima do país como um todo (4,1%).
Frente ao mesmo mês do ano anterior, porém, as vendas do varejo amplicado na Bahia seguiram em queda (-3,3%), mostrando o quarto resultado negativo consecutivo e o pior para um mês de fevereiro desde 2017 (-9,0%).
O desempenho do estado nessa comparação ficou abaixo do verificado no Brasil como um todo (-1,9%).
O varejo ampliado engloba, além do varejo restrito, as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, para as quais não se consegue separar claramente o que é varejo do que é atacado.
No confronto com fevereiro de 2020, as vendas de veículos na Bahia apresentaram o primeiro crescimento (1,5%) após 12 meses consecutivos de retrações (entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021).
Já o comércio de material de construção teve queda (-2,6%), após dois meses seguidos em alta, e apresentou o pior resultado do mês entre as 12 unidades da Federação onde essa atividade é investigada separadamente.
No acumulado do ano, as vendas do varejo ampliado na Bahia apresentam retração (-4,4%) maior que a nacional (-2,5%). E nos 12 meses encerrados em fevereiro, as vendas do varejo ampliado na Bahia apresentam a maior queda do país (-8,5%). O resultado está bem abaixo do nacional (-2,3%).
Fonte: Bahia Valor