O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o estado já se prepara para uma possível terceira onda da Covid-19 na Bahia.
Em entrevista ele afirmou que o governo prepara uma reserva de mantimentos e insumos que garantam atendimento à população. 
“Estamos nos preparando para que isso, se vier a acontecer o que estão chamando de terceira onda, estejamos preparados. Estamos nos estocando de materiais, medicamentos, equipamentos e leitos para que possamos oferecer a assistências a essas pessoas. Estamos mudando algumas estratégias de abordagem em vários níveis, não só a abordagem terapêutica, mas com uma abordagem assistencial”, afirmou Vilas-Boas.
Ainda de acordo com ele, um problema que está ocorrendo é a rejeição por internação de pacientes diagnosticados com a Covid-19. Segundo o secretário, familiares se recusam a aceitar que os infectados sejam transferidos para outras cidades que possuem leitos.
“Estamos conclamando as pessoas de maior risco, aquelas com mais de 60 anos, portadoras de doenças como hipertensão, diabetes e outras doenças renais, como do fígado, que configuram alto risco para necessitar internação, conclamamos para que essas pessoas aceitem ser internadas. 
Temos passado por situações hoje de famílias recusarem um leito de internação clínica porque a pessoa vai ser retirada daquela cidade. Se não tenho leito em Guanambi, trago ela para Itabuna ou Salvador, mas ofereço um leito. Essa pessoa fica lá dois ou três dias em observação. Se ela não evoluir mal, eu devolvo ela para a cidade. Temos dezenas de famílias de pacientes que se recusam”, declarou. 
“Estou pedindo ao conselho dos secretários municipais de saúde que convençam essas pessoas. Essas pessoas vão ficar em casa, em observação, e quando piorar, já corre numa emergência, vai em uma situação muito agravada, chega até a ser intubada, mas não a tempo de ser transferida para uma UTI”, acrescentou o gestor. Vilas-Boas voltou a falar da falta de eficácia dos medicamentos usados no chamado “kit-covid”.
Para o gestor, a defesa por essas substâncias é prejudicial para a população. “Não existe tratamento preventivo. Tomar preventivamente sem ter sintomas ivermectina, zinco, Vitamina D, C ou cloroquina regularmente não tem qualquer tipo de demonstração de eficácia. Há evidências acumuladas de malefícios. Toxicidade hepática e tardia. Além de ter uma questão médica e fazer mal para as pessoas, que não tem benefício algum, ela traz um malefício ao fazer com que essas pessoas tenham uma crença e uma fé de que aquilo está funcionando. Medicina não é fé e nem crença, é ciência”, disse.

Fonte: Metro 1