O novo boletim da Rede de Observatórios da Segurança, a ser divulgado nesta terça-feira (14), confirma: os negros são as maiores vítimas da violência policial no Brasil. Na Bahia, estado com maior percentual de pessoas pretas ou pardas no país (76,5%), os números são recordes. Um total de 98% dos mortos pela polícia em território baiano no ano de 2020 possuíam pele escura.

Em Salvador, a situação é ainda mais grave: todas as pessoas mortas pela polícia na capital baiana eram negras. A Cidade da Bahia está lado a lado de Recife e Fortaleza no topo desse ranking. Brancos não foram alvo da força policial nesses três municípios nordestinos em 2020.

Em números absolutos, a Bahia fica atrás apenas do Rio de Janeiro em quantidade de pessoas negras mortas pela polícia. Durante todo o ano de 2020, 595 pretos ou pardos perderam a vida em operações policiais em território baiano. No estado fluminense, foram 939.

Percentualmente, o município de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, também é recordista nacional: a cidade em que mais pessoas de pele preta ou parda são mortas pela Polícia, em contagem proporcional à população de cada local.

Os dados foram obtidos pela Rede de Observatórios da Segurança através da Lei de Acesso à Informação (LAI) e apontam que uma pessoa negra é morta a cada quatro horas em seis dos sete estados monitorados: Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Apenas o Maranhão não divulga a cor das vítimas da violência.