A decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de ainda não decretar a existência de uma pandemia do coronavírus tem irritado o governo brasileiro. A classificação se refere a uma epidemia com disseminação em “uma grande área geográfica” e que “afeta uma proporção excepcionalmente alta da população”, segundo o dicionário Merriam-Webster.
Presente em mais de 35 países, o Covid-19 tem mais de 80 mil casos confirmados, com mais de 2,7 mil mortes, principalmente na China.
Segundo a coluna Painel, na Folha de S. Paulo, o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, disse, em áudio enviado a autoridades, que a OMS “peca em não dizer de forma franca que o vírus se espalhou e que não é possível contê-lo”. Mudar a categorização para “pandemia” mudaria também o método de enfrentamento à doença, pois ao invés de tentar localizar casos, o sistema passaria a atuar para evitar mortes em grupos de risco.
“Na nossa avaliação, esta já é uma pandemia, ou seja, já temos caso e transmissão local em todos os continentes”, disse o secretário. De acordo com a publicação, a pasta da Saúde acredita que a posição da OMS é um dos motivos que dificultam o convencimento da sociedade de que não há razão para pânico.