Quando a torcida do Vitoria diz que o público com certeza foi maior do que o anunciado no placar eletrônico, não é por acaso. Quem vê o Barradão cheio tem a certeza de que o mundo está ali, tingido em vermelho e preto. O Vitória só entrou no G8 em uma única rodada. E foi a que valia: venceu o Brasil de Pelotas por 3×1 no Barradão e está, sim, classificado para a segunda fase da Série C. É real, torcedor! É real, torcedora!
Pode botar fé, o Leão vai subir. Foi com essa certeza que a torcida rubro-negra lotou o Barradão novamente para uma batalha que todo o mundo ali não queria que fosse a final. Contra um virtualmente rebaixado Brasil de Pelotas, o Vitória jogou e ganhou sua sobrevivência neste sábado (13).
A estratégia de João Burse nos primeiros minutos foi pressionar aproveitando o embalo da torcida. Eduardo e Rafinha quase conseguiram boa trama nos primeiros cinco minutos, cortada pela zaga pelotense. Eduardo voltou a assustar com um chute de fora, que o goleiro Otávio Passos pegou com o peito. Luidy vacilou e não correu para o rebote.
A marcação alta cobrava um preço: uma exposição na defesa. Guerras decisivas exigem que decisões sejam tomadas e a faca de dois gumes entre se expor e atacar fica latente. O risco era necessário, mas Wilson Jr. não tinha nada a ver com isso e criou boas chances antes dos 20 minutos. Era um jogo aberto.
Passados os famosos 15 minutos iniciais, o Vitória não fazia um bom jogo. O Brasil criou mais e roubava a bola com tranquilidade. Rafael Castro e Marcelinho criaram boas chances, esse último exigindo boa defesa de Yuri Sena – que havia errado a saída de bola no lance.
Mas aí, aos 31 minutos, Eduardo fatiou bem um cruzamento na cabeça de Marco Antônio, que subiu bem e colocou no cantinho do gol para abrir o placar e explodir os corações rubro-negros no Barradão. Ele saiu chorando na comemoração.
O choro de Marco Antônio foi um prenúncio de alegria. O gol deu tranquilidade ao Vitória, que desceu em paz para o vestiário e voltou incendiado.
Mais gols
Para provar que a normalidade agora é outra, de alegria, Rafinha tratou de mostrar que ele faz parte do império de João Burse e chamou a zaga pra dançar antes de bater seco e ampliar o placar. O segundo gol, aos 7 minutos da etapa final, que colocou o Brasil de Pelotas nas cordas.
Aí o Vitória se soltou. Tréllez perdeu boa chance dentro da área. Logo depois, Dionísio só não fez o gol porque alguém soprou tirando a bola pra fora.
O Brasil de Pelotas deu um susto e conseguiu marcar com gol contra do lateral Alemão, aos 25 minutos do segundo tempo. Um pouco antes, o Remo diminuía contra o Botafogo em Ribeirão Preto e pode até ter assustado um pouco.
Nada que passasse para o campo. Quatro minutos depois, o próprio Alemão se redimiu ao cobrar escanteio na cabeça de Marco Antônio. O rapaz da base subiu em câmera lenta, invadiu os céus e levou toda uma torcida junto. Para o gol do 3×1. E para a segunda fase. O Colossal está vivo e prontinho para subir para a Série B.
Fonte: Correio