Apesar dos indicativos de que o Carnaval de Salvador não acontecerá nos moldes tradicionais por mais um ano, o prefeito da capital baiana, Bruno Reis (DEM/UB), não jogou a toalha em relação a realização da festa em 2022.

Em entrevista ao Bahia Notícias, o gestor afirmou que, a depender do quadro da crise sanitária causada pela Covid-19, a folia momesca pode acontecer em outra data. “Pode ser que durante o mês de janeiro tenhamos que tomar a decisão de que não terá o Carnaval, e que ele pode ocorrer no segundo semestre se for possível”, disse Bruno.

“O que vai determinar é o estado de estágio da pandemia. Eu acredito muito na ciência, acredito que três doses de vacina em seis meses vão surtir eficácia. Então, o que eu peço as pessoas agora é que se vacinem. Quem quer voltar ao normal, quem quer tirar máscara, quem quer voltar a se confraternizar, se abraçar, a viver a vida como nós vivíamos antes, que se vacina. Precisamos fazer uma corrente pra quebrar resistências em relação à vacina e estimular ao máximo pra que as pessoas possam se vacinar”, reforçou o gestor.

Não é a primeira vez que a mudança de data do Carnaval foi proposta. Na reta final do seu mandato, o ex-prefeito ACM Neto (DEM/UB) chegou a sugerir que a folia em 2021 fosse realizada em julho e chegou a discutir a ideia com prefeitos de outras capitais. No final de novembro do ano passado, Neto suspendeu a festa e condicionou a sua realização a existência de uma vacina contra a Covid-19.

EVENTOS CONFIRMADOS

Com a incerteza em relação a festa, alguns artistas já se adiantaram e anunciaram eventos privados. Os chamados carnavais indoor já foram confirmados por nomes como Ivete Sangalo, Xanddy e Saulo.

Outro grande evento no formato indoor também foi confirmado para o mesmo período do Carnaval. O Carnavalito, que acontece na Arena Fonte Nova, contará com três dias de festa e já vem sendo anunciado desde o meio do ano (reveja). De acordo com a organização da festa, além de tradicionais nomes de artistas baianos tradicionais, a festa privada deve contar com nomes como Sorriso Maroto e Zé Vaqueiro.

Questionado sobre a possibilidade de um evento que abarque um público que não tem condições de arcar pelas luxuosas festas privadas, Reis disse que tem pensando em alternativas, só não revelou quais.

O prefeito defendeu que o principal ativo da folia momesca é o seu caráter democrático e a possibilidade de pessoas que não tenham como pagar pelas festas, possam aproveitar nas vias públicas.

“Na prática o Carnaval dos ricos está garantido. O que nós vamos fazer pelo Carnaval dos pobres? Vamos ter que travar esse debate e ver se o caminho é por organizar algo que atenda as pessoas que estão nessa situação.