A festa estava pronta, Fonte Nova lotada e o torcedor tricolor com o grito da classificação entalado na garganta. Mas o Bahia não colaborou dentro de campo e ficou no empate em 1×1 com o Vila Nova pela 36ª rodada da Série B. Os três pontos seriam fundamentais para consagrar a classificação principalmente pelo tropeço dos adversários na rodada.
Os três resultados que precisavam acontecer na rodada foram concretizados, com a derrota do Criciúma para o Vasco de virada, por 2×1, a derrota do Sport contra o Londrina por 2×1, também de virada, e a vitória do Ituano contra o Sampaio Corrêa por 1×0.
Na Fonte Nova, 48.162 pagantes quase quebraram o recorde de público histórico no estádio e empurraram a equipe de Eduardo Barroca do começo ao fim. A falta de precisão impediu um segundo gol do Esquadrão e a equipe ficou com 58 pontos, permanecendo na terceira colocação. A diferença para o 5° colocado, que agora é o Ituano, é de quatro pontos.
Agora, para conquistar a classificação para a Série A, o Bahia precisa vencer o Guarani na próxima sexta-feira (28) e depende apenas de si para confirmar o acesso.
Faltou o gol
As circunstâncias do jogo já indicavam o desenho que a partida teria nos minutos iniciais. O tricolor foi no embalo da torcida e pressionou bastante o adversário no começo da primeira etapa, conseguindo minar as investidas do Vila ao ataque, que não chutou nenhuma vez contra a meta de Mateus Claus no primeiro tempo.
O técnico Eduardo Barroca montou o time num 4-2-4, com uma linha de ataque que poderia cobrir os espaços de saída de bola do Vila Nova. O treinador também promoveu uma mudança em relação ao jogo diante do Grêmio, na última semana, colocando o lateral direito André no banco e promovendo Marcinho ao onze inicial.
Jacaré atuou na primeira etapa bem aberto pelo lado esquerdo e foi quem mais levou perigo com jogadas individuais e finalizações de fora da área – que não acertaram o gol. Já Caio Vidal aparecia na direita, mas sem muito apoio de Marcinho no ataque. Por dentro, Daniel e Ricardo Goulart formavam a dupla que mais se aproximava do gol, mesmo sem atuarem de forma fixa na área.
Lucas Mugni e Patrick surgiam como opções mais recuadas para a saída de bola na defesa e tinham a missão de conectar com o setor de ataque. E apesar de ter a bola, o tricolor não criou tantas chances pelo centro do campo, tanto que a grande finalização da equipe no primeiro tempo saiu dos pés do lateral Luiz Henrique, já no fim dos 45 iniciais, em jogada que saiu pelo lado esquerdo.
Luiz bateu forte na bola e o goleiro Tony precisou de muito reflexo pra impedir o gol tricolor. No rebote, Jacaré tentou de carrinho mas acabou cometendo falta.
A essa altura o time de Eduardo Barroca já se mostrava muito menos intenso e começou a ceder espaços ao Vila Nova, que mesmo sem finalizar no gol, se mostrou mais confortável nos últimos 15 minutos de jogo e encaixou algumas jogadas de contra-ataque pelos lados do campo.
E o castigo da falta de efetividade no primeiro tempo saiu logo com dois minutos da etapa final. Em falta cobrada no lado esquerdo, próximo à bandeirinha de escanteio, o centroavante Neto Pessoa subiu mais alto que a defesa do Bahia, cabeceou bem e abriu o placar para o Vila Nova na Fonte.
Mudanças certeiras
Patrick de Lucca, que cometeu a falta que originou o gol do Vila, passou a ser vaiado quando tocava na bola e não demorou muito para Barroca o sacar do time. Junto com ele, saíram Luiz Henrique, para a entrada de Copete – que atuou como lateral improvisado – Davó no lugar de Caio Vidal e Rodallega, que substituiu Patrick.
As mudanças surtiram efeito direto no placar e o Bahia voltou a se reencontrar no jogo. Artilheiro do time na Série B com 9 gols, Davó voltou a dar alegria à torcida do Bahia e voltou a marcar após dez jogos. Daniel levantou a bola na área e o atacante ainda contou com um toque de Ignácio também de cabeça, o que deixou a redonda na medida para o camisa 88 testar para o gol.
As mudanças feitas por Barroca ajudaram o Bahia a voltar a ter o controle do jogo e pressionar o Vila novamente. Mugni passou a atuar mais recuado, como primeiro volante, e teve o auxilio de Daniel no meio-campo. Ricardo Goulart também foi substituído por Marco Antônio e o atacante atuou aberto pelo lado direito.
Dessa forma, o tricolor manteve a formação com quatro homens no ataque, mas com Davó e Rodallega como referências na área e com mais probabilidade de gerar finalizações.
Fonte: Correio