O aumento dos crimes violentos na Bahia abarca também a violência de gênero. De janeiro a maio deste ano, 48 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). O número contabiliza cinco casos a mais do que o registrado no mesmo período de 2019. Desse total, apenas seis ocorreram em Salvador enquanto os demais foram em diversas cidades do interior baiano.

Segundo o secretário da pasta, Maurício Barbosa, esses crimes representam um grande desafio para a SSP-BA e para toda a rede de proteção à mulher. “Eu tenho pedido à minha equipe pra que a gente consiga distinguir dentro desse universo de feminicídio aqueles casos onde já houve um registro anterior ou há tentativa de obtenção, por parte da mulher, de medida cautelar perante a Justiça”, pontua Barbosa em entrevista ao Bahia Notícias.

O objetivo é obter um “raio-x” da situação que possibilite adotar medidas de prevenção e de repressão diferenciadas. Ele espera ter esses dados em mãos dentro de 15 dias.

Concomitante a isso, delegacias estão com quadro de funcionários reduzido e as mulheres têm encontrado dificuldades para registrar queixas. Isso pode explicar a redução nos crimes de ameaça (58,2%), estupros (46%), injúrias (76,8%) e lesões corporais (33,2%) contra mulheres registrados no primeiro mês da quarentena, de 16 de março a 16 de abril.

Diante desses e outros indícios de subnotificação, uma comissão da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) propôs a criação de uma delegacia digital de atendimento à mulher (veja aqui), como já ocorre em outros estados.