Título inédito e mais do que merecido. Neste domingo (23), o Atlético venceu o Bahia de Feira por 3×2 em plena Arena Cajueiro – mesmo com um homem a menos – e ficou com o título do Campeonato Baiano de 2021. O jogo de ida, em Alagoinhas, havia acabado em 2×2.

Inédito não só para a história de 51 anos do Carcará, mas também para Alagoinhas. A cidade do sertão é apenas a terceira do interior baiano a conquistar o troféu, ao lado de Feira de Santana (Fluminense, duas vezes, e Bahia de Feira, uma); e Ilhéus (Colo Colo).

Merecido pelo passado e pelo presente. O Atlético foi o único time a bater o Bahia de Feira na Arena Cajueiro em 2021. Além disso, ficou com o vice duas vezes anteriormente. Em 1973, apenas três anos após a sua fundação, e no ano passado. Em ambos os casos, perdeu para o Bahia da capital.

Com mais um detalhe: a vitória do título veio de virada. O Bahia de Feira abriu o placar aos 17, com gol contra de Iran. O próprio Iran empatou aos 23. E, para completar, brilharam mais uma vez os destaques do Carcará nessa campanha: Ronan, artilheiro do Baianão, que fez aos 46 do primeiro tempo, e Dionísio, aos 24 minutos da etapa final. Marcone Pelé descontou nos acréscimos.

Vale lembrar que essa foi a primeira final entre dois times do interior baiano. Na briga entre duas cidades gigante – Feira e Alagoinhas -, melhor para a menor delas. Com o título, além de entrar para a história, o Atlético também ficou com uma vaga na Série D de 2022 e com uma classificação direta para a fase de grupos da Copa do Nordeste, também do próximo ano. O Bahia de Feira fica com a vaga na Série D de 2022.

VIRADA NO 1º TEMPO

Atuando em casa, o Bahia de Feira começou melhor. Destaque para os velozes – e bons atletas – Pedro Neto e Thiaguinho subindo pelos lados do campo, além dos experientes Jarbas e Diones com liberdade para chegar ao ataque.

Ao sete minutos, Pedro Neto se livrou da marcação, foi à linha de fundo e cruzou na área. Deon ajeitou de cabeça e Thiaguinho chutou em cima da marcação. Aos nove, Pedro Neto recebeu nas costas da defesa e tocou para Bruninho, que foi bloqueado pela zaga.
Superior nos primeiros minutos, o Tremendão abriu o placar aos 18 minutos, numa infelicidade de Iran: após escanteio, a bola bateu nas costas do zagueiro do Atlético, que tentava evitar a subida de Eduardo, e acabou entrando no gol.

Mas Iran, um dos personagens dessa final, se redimiu logo em seguida. Aos 22, Dionísio cobrou falta lançando a bola na área e o zagueiro, que havia marcado contra, agora balançou as redes, de cabeça, a favor do Carcará: 1×1.

Com o jogo empatado, o Bahia de Feira tentou, sem sucesso, avançar e envolver o adversário com passes rápidos. O Atlético aproveitou que o Tremendão subia muito, conseguiu se defender bem e passou a ligar os contra-ataques rapidamente. Com isso, foi mais perigoso.

Num desses contragolpes, dois dos melhores jogadores desse Baianão apareceram para definir. Aos 44, Ronan lançou Dionísio em boa posição, que chutou da entrada da área e a bola bateu na mão de Wesley. Na cobrança, Ronan fez o quinto gol dele no estadual, assumindo a artilharia.

NÃO TEVE JEITO

Mesmo com a vantagem no placar, o Carcará continuou mais perigoso no início da etapa final. Atento em campo, conseguia recuperar a posse no ataque e criar perigo. Aos seis minutos, em transição rápida, Dionísio arriscou de fora da área, mas a bola subiu demais.

Aos 15, um lance que tinha tudo para mudar o jogo: Gilmar, do Atlético, entrou com excesso de força, com pé alto, em Tico e recebeu o cartão vermelho após revisão do árbitro no VAR. De fato, mudou: o Carcará conseguiu se reinventar e ficar ainda mais firme em campo.
Prova disso foi a sequência vista desde os 23 minutos. Tico recebeu na direita, cortou para o meio e chutou para bela defesa de Fábio Lima. No encanteio, a defesa conseguiu afastar.

Logo após o tiro de canto, o Carcará avançou ao ataque. Ronan recebeu na entrada da área entre dois marcadores, se livrou deles e tocou para Paulinho, na direita, que cruzou. Dionísio, na área, tocou cara a cara com Jean e fez o terceiro do Atlético.

O Tremendão, naturalmente, foi para o ‘abafa’. Colocou um bom número de atacantes em campo, mas demorou para assustar. A chance mais clara após uma enxurrada de cruzamentos na área veio com Diones, aos 33, que chutou da entrada da área em cima da zaga.

O gol, realmente, só saiu aos 45 minutos. Ricardo cruzou para o meio da área, Fábio Lima saiu mal e Marcone Pelé cabeceou para um gol vazio. Infelizmente para o Tremendão, não deu tempo de empatar.

FICHA TÉCNICA

Bahia de Feira 2×3 Atlético de Alagoinhas
Campeonato Baiano – Final – 2º jogo
Local: Arena Cajueiro, em Feira de Santana
Data: 23/05/2021
Horário: 16h

Árbitro: Marielson Alves Silva
Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de Matos e Jucimar dos Santos Dias
VAR: Diego Pombo Lopez

Cartões amarelos: Wesley, Jarbas, Diones, Marcone Pelé, Pedro Neto (Bahia de Feira) / Miller, Dionísio, Jerry(Atlético de Alagoinhas)

CARTÃO VERMELHO: Gilmar (Atlético de Alagoinhas)

Gols: Iran contra, Marcone Pelé (Bahia de Feira) / Iran, Ronan, Dionísio (Atlético de Alagoinhas)

BAHIA DE FEIRA: Jean; Jarbas, Eduardo (Adriano), Wesley e Cazumbá; Victor Salvador (Ricardo), Diones e Bruninho (Hugo Freitas); Pedro Neto (Tico), Thiaguinho e Deon (Marcone Pelé). Técnico: Oliveira Canindé.

Atlético de Alagoinhas: Fábio Lima; Edson, Iran, Bremer e Radar (Paulinho); Gilmar, Kaefer, Dionísio e Miller (Jerry); Vitinho e Ronan. Técnico: Sérgio Araújo.

Fonte: Rede Bahia