O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve queda histórica de 9,7% no segundo trimestre deste ano. Com o resultado, o país entra em recessão técnica, quando há dois trimestres consecutivo de recuo na atividade econômica.
Este é o menor resultado desde o início da série histórica, iniciada em 1996, segundo o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até então, a maior queda já registrada no país tinha ocorrida no 4º trimestre de 2008 (-3,9%).
Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o tombo é ainda maior, de 11,4%. A pandemia do novo coronavírus é considerada como a principal causa da retração.
“Esses resultados referem-se ao auge do isolamento social, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para enfrentamento da pandemia”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O IBGE também revisou o resultado do 1º trimestre para uma queda de 2,5%, ante leitura anterior de recuo de 1,5%. No acumulado no 1º semestre, o PIB caiu 5,9% em relação a igual período de 2019.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em valores correntes, o PIB do no segundo trimestre totalizou R$ 1,653 trilhão. Após as quedas seguidas, ele está no mesmo patamar do final de 2009, auge dos impactos da crise global provocada pela onda de quebras na economia americana.
A queda no PIB é resultado das reduções históricas de 12,3% na indústria e de 9,7% nos serviços. Somados, indústria e serviços representam 95% do PIB nacional. Já a agropecuária cresceu 0,4%, puxada, principalmente, pela produção de soja e café.