A temporada 2023 chegou ao fim com um final feliz para o Vitória. Depois de cinco anos, o time conseguiu o acesso e jogará a primeira divisão no próximo ano. A conquista veio ainda com um título inédito da Série B. Curiosamente, a trajetória do rubro-negro se assemelha com o ano de altos e baixos que viveu o atacante Léo Gamalho.

Contratado para ser a principal referência do ataque, Gamalho passou por dramas pessoais após sofrer um ferimento que quase custou a perda do movimento do braço, e depois ao descobrir um câncer de pele. Em entrevista ao CORREIO, o centroavante lembrou a retomada e comemorou a volta por cima.

“Tanto eu como o Vitória nos remontamos durante o ano. Saímos de um péssimos resultados dentro do campo, e eu, na vida particular, tive duas lesões sérias, uma perfuração no braço que pegou um pedacinho do nervo e quase faz com que eu perdesse o movimento, e depois eu descobri um melanoma, um tipo de câncer de pele. Graças a Deus descobri em fase bem inicial e deu tempo de ser curado, deu para retirar o que tinha que retirar”, iniciou ele, antes de completar:

“A vida segue, ainda preciso tomar alguns cuidados, mas esse foi um momento difícil para mim, a parte mental e psicológica, o que iria acontecer, eu como jogador poderia em uns dias não estar jogando mais, e devido a plano de saúde e tal, a gente não se prepara para essas coisas. Graças a Deus tanto eu quanto o Vitória conseguimos nos recuperar e terminamos o ano dessa maneira: Vitória com um título e eu podendo jogar, fazendo gols e ajudando o time em campo”.


Léo Gamalho lembrou do início ruim do Leão nas primeiras competições do ano, e destacou a importância da torcida durante a Série B. O camisa 9 afirmou que nunca havia presenciado sinergia tão grande entre clube e torcida como aconteceu com o rubro-negro em 2023.

“Foi uma festa muito linda, uma coisa única, não lembro de ter participado, em nenhum clube, de uma festa tão bonita como eles (torcedores) fizeram. Mas foi um ano difícil, talvez a gente esteve entre o pior e o melhor momento do clube. Começamos saindo na primeira fase do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste, também da Copa do Brasil. Talvez a gente tenha feito parte de um dos maiores fiascos da história do Vitória, mas terminamos de maneira fantástica, conseguindo um título que o clube ainda não tinha conquistado. Foi um processo difícil, doloroso durante o ano, mas a torcida abraçou a gente desde a primeira rodada, fez festa até o final”, analisou.

O jogador terminou o ano como o principal goleador do Vitória. Ao todo foram 12 gols, sendo dez na Série B do Campeonato Brasileiro. Ele deu ainda duas assistências. De contrato renovado até o fim de 2024, Gamalho mira agora a disputa da Série A. Aos 37 anos, ele não se coloca como uma liderança, mas sabe que a experiência que possui será importante para o elenco.

“Estou aqui para ajudar, não tenho uma necessidade particular de ser líder, capitão do time, simplesmente quero dar o meu melhor, ajudar meus companheiros. Costumo falar de coisas que já passei para que os mais jovens possam pegar um atalho. No que puder ajudar, eu ajudo, não sou um jogador de ficar falando no vestiário, de ter um marketing muito grande no sentido de redes sociais, levo a vida da forma mais simples possível, mas a minha maneira de ser, no dia a dia, vai dando a conotação de como ajo e consigo exercer um pouco dessa experiência que tenho”, explicou.

Fonte:Correio