A dengue fez mais uma vítima na Bahia: nesta segunda-feira (18), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) confirmou a 17ª morte pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

O óbito foi em Campo Formoso, no norte do estado. [Veja abaixo lista completa]

De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab, 272 municípios estão em estado de epidemia, entre eles a capital Salvador. Outras 34 cidades estão em risco e 7 em estado de alerta.

Ao todo, 62.478 casos prováveis da doença foram notificados até sábado (16). A título de comparação, 12.479 casos foram notificados no mesmo período em 2023, o que representa um aumento de 440,7%.

Ainda assim, a pasta destaca que a Bahia possui índice de letalidade por dengue de 1,47%, percentual abaixo da média nacional, de 3,09%.

O cálculo é feito com base nos casos notificados que evoluem para a forma grave da doença. A avaliação é da Câmara Técnica Estadual de Análise de Óbito da Sesab.

Confira as cidades onde ocorreram as mortes:

  • Jacaraci, no sudoeste da Bahia (4)
  • Piripá, no sudoeste da Bahia (3)
  • Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia (3)
  • Barra do Choça, no sudoeste da Bahia (1)
  • Feira de Santana, a 100 km de Salvador (1)
  • Ibiassucê, no sudoeste da Bahia (1)
  • Irecê, no norte da Bahia (1)
  • Santo Antônio de Jesus, no recôncavo baiano (1)
  • Santo Estevão, a 150 km de Salvador (1)
  • Campo Formoso, no norte da Bahia (1)

Neste ano, também foram registrados dois óbitos por chikungunya, nos municípios de Teixeira de Freitas e Ipiaú. Nenhum óbito por Zika foi confirmado até o momento.

Esforços municipais

Os municípios baianos têm reforçado ações para atender o aumento de casos e, consequentemente, a pressão nos sistemas de saúde.

Na capital baiana, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde se uniu ao Exército para combater o Aedes aegypti, agente transmissor também da zika e chikungunya.

O objetivo é capacitar soldados para criar “multiplicadores” de ações e informações de combate ao mosquito. Na prática, a força militar vai se juntar aos agentes de endemias do Centro de Controle de Zoonoses, repassando orientações preventivas para a população dentro e fora dos quarteis.

A diretora de Vigilância à Saúde da cidade, Andrea Salvador, destacou ainda o uso de “bombas costais” de efeito residual.

“Nós as utilizamos principalmente em escolas, postos de saúde, onde esse efeito residual, através dessas bombas, é colocar o inseticida nas paredes. Essas paredes ficam impregnadas e repelem o mosquito”, explica.

Em meio às ações do poder público, a diretora cobrou que a população também colabore, prevenindo a proliferação do mosquito.

Já em Juazeiro, no norte do estado, a prefeitura relatou que atendeu mais de 250 denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti através do canal “Dengue Zap”. A gestão criou a ferramenta para auxiliar na identificação e combate aos focos de reprodução do mosquito.

“Estamos com os agentes em campo, nos turnos matutino e vespertino e nos fins de semana em áreas que consideramos de risco ou com índice de infestação preocupante”, afirmou o agente de endemias Diego Alves.

Ele reforçou o pedido da prefeitura para que a população receba os agentes em casa, e permita que o trabalho de prevenção e combate à proliferação do Aedes aegypti seja feito.

Sobrecarga em Itabuna

O município de Itabuna ainda não enfrenta uma epidemia da doença. Mas a gestão do Hospital Manoel Novaes ressalta a sobrecarga na unidade — dados apresentados na quinta-feira (14) mostram que o número de atendimentos subiu 250%. A média de pacientes recebidos por dia passou de 50 para 125.

O hospital reforça que apenas casos graves devem ser direcionados para lá. Pacientes com quadros de saúde leves podem se dirigir a outras unidades de saúde da região.

Ações do estado

Em todo o estado, o governo da Bahia também intensificou ações de sensibilização e mobilização para prevenir as três doenças transmitidas pelo mosquito.

Até sexta-feira, prédios e outras estruturas públicas estaduais foram vistoriadas e as áreas foram limpas, visando a eliminação de possíveis criadouros. Funcionários também foram instruídos a colaborar com a campanha.

O Corpo de Bombeiros, em parceria com a Sesab, também realizou ações de combate específicas nas cidades de Caculé e Barra do Choça.

“O combate e a prevenção às arboviroses é um trabalho conjunto, que envolve estado, município e também a população. Precisamos desse esforço conjunto, de cada um fazendo a sua parte, para contermos o avanço do Aedes aegypti em toda a Bahia”, pontuou a titular da pasta, secretária Roberta Santana.

Até o final da próxima semana, a corporação ainda irá aos municípios de Belo Campo, Carinhanha, Encruzilhada, Feira da Mata e Caetité.

Lista de cidades em epidemia:

  1. Abaré
  2. Acajutiba
  3. Adustina
  4. Alcobaça
  5. América Dourada
  6. Anagé
  7. Andorinha
  8. Angical
  9. Antônio Cardoso
  10. Aracatu
  11. Araci
  12. Barra
  13. Barra do Choça
  14. Barra do Mendes
  15. Barra do Rocha
  16. Barreiras
  17. Barrocas
  18. Belo Campo
  19. Biritinga
  20. Boa Nova
  21. Bom Jesus da Lapa
  22. Bom Jesus da Serra
  23. Bonito
  24. Botuporã
  25. Brejões
  26. Brejolândia
  27. Brumado
  28. Caatiba
  29. Caculé
  30. Caetanos
  31. Caetité
  32. Cafarnaum
  33. Caldeirão Grande
  34. Camaçari
  35. Campo Formoso
  36. Canarana
  37. Candiba
  38. Caraíbas
  39. Caravelas
  40. Carinhanha
  41. Catu
  42. Caturama
  43. Chorrochó
  44. Coaraci
  45. Cocos
  46. Conceição do Almeida
  47. Conde
  48. Condeúba
  49. Contendas do Sincorá
  50. Cordeiros
  51. Coribe
  52. Cotegipe
  53. Dário Meira
  54. Encruzilhada
  55. Fátima
  56. Feira da Mata
  57. Feira de Santana
  58. Formosa do Rio Preto
  59. Gentio do Ouro
  60. Guanambi
  61. Iaçu
  62. Ibiassucê
  63. Ibicoara
  64. Ibicuí
  65. Ibipeba
  66. Ibipitanga
  67. Ibirataia
  68. Ibitiara
  69. Ibititá
  70. Ibotirama
  71. Igaporã
  72. Iguaí
  73. Iraquara
  74. Irecê
  75. Itaberaba
  76. Itaeté
  77. Itaguaçu da Bahia
  78. Itaparica
  79. Itapebi
  80. Itapetinga
  81. Itatim
  82. Itororó
  83. Iuiú
  84. Jacaraci
  85. Jacobina
  86. Jequié
  87. Juazeiro
  88. Jussara
  89. Jussari
  90. Laje
  91. Lajedão
  92. Lajedo do Tabocal
  93. Lençóis
  94. Licínio de Almeida
  95. Livramento de Nossa Senhora
  96. Macarani
  97. Macaúbas
  98. Macururé
  99. Mairi
  100. Malhada
  101. Manoel Vitorino
  102. Maracás
  103. Maraú
  104. Marcionílio Souza
  105. Mascote
  106. Matina
  107. Miguel Calmon
  108. Mirangaba
  109. Mirante
  110. Morro do Chapéu
  111. Mortugaba
  112. Mucugê
  113. Mucuri
  114. Mulungu do Morro
  115. Muritiba
  116. Nordestina
  117. Nova Viçosa
  118. Novo Horizonte
  119. Palmas de Monte Alto
  120. Palmeiras
  121. Paripiranga
  122. Piatã
  123. Pindaí
  124. Pindobaçu
  125. Piripá
  126. Piritiba
  127. Planaltino
  128. Planalto
  129. Poções
  130. Porto Seguro
  131. Prado
  132. Presidente Jânio Quadros
  133. Quijingue
  134. Quixabeira
  135. Rafael Jambeiro
  136. Riachão das Neves
  137. Riachão do Jacuípe
  138. Riacho de Santana
  139. Rio de Contas
  140. Rio do Antônio
  141. Rodelas
  142. Salvador
  143. Santa Cruz Cabrália
  144. Santa Maria da Vitória
  145. Santa Rita de Cássia
  146. Santana
  147. Santo Antônio de Jesus
  148. Santo Estêvão
  149. São Desidério
  150. São Gabriel
  151. Seabra
  152. Serra do Ramalho
  153. Serra Dourada
  154. Serrinha
  155. Serrolândia
  156. Sobradinho
  157. Souto Soares
  158. Tabocas do Brejo Velho
  159. Tanque Novo
  160. Tapiramutá
  161. Teixeira de Freitas
  162. Tremedal
  163. Ubatã
  164. Urandi
  165. Uruçuca
  166. Utinga
  167. Valença
  168. Várzea da Roça
  169. Várzea Nova
  170. Varzedo
  171. Vereda
  172. Vitória da Conquista
  173. Wanderley
  174. Xique-Xique

O g1 solicitou a lista atualizada à Sesab, com os novos 97 municípios em epidemia, mas ainda não obteve retorno.

Fonte: G1