Engana-se quem pensa que a partida desta sexta-feira (2) entre Brasil e Camarões, pela terceira rodada da Copa do Mundo, tem pouco em jogo a partir das 16h (de Brasília), no Estádio Lusail, situado na cidade de mesmo nome. Na verdade, tem muito. E para os dois lados.

Para a Canarinho, significa garantir a liderança do Grupo G, oportunidade de reservas cavarem espaço no time titular, além de manter a confiança do grupo em alta. Pontuar, seja com empate ou vitória, é o suficiente para o time brasileiro se consolidar na primeira posição e aguardar a definição de quem será a segunda colocada do Grupo H, que deve sair do duelo entre Uruguai e Gana.

“Ser primeiro é sempre o nosso objetivo, independente de quem seja o adversário na próxima fase. Nosso foco é sempre ganhar os jogos, fazer três vitórias, nove pontos”, declarou o volante Fabinho, reserva que, assim como outros 10 companheiros de banco, terá a oportunidade de ser titular na partida.

O técnico Tite já adiantou como o time deve começar jogando e até sanou uma das três dúvidas que tinha, decidindo por Rodrygo e preterindo Éverton Ribeiro para completar o meio-campo. No entanto, mantém as outras duas: Fred ou Bruno Guimarães como segundo volante? Gabriel Jesus ou Pedro no comando de ataque?

Perguntas que só devem ser respondidas momentos antes da partida, embora no comando do ataque o jogador do Arsenal leve vantagem sobre o flamenguista – Tite considera Pedro um centroavante para mudar o modelo de jogo da equipe, o que não é o caso contra Camarões de início. Na disputa do meio-campo, Fred está pendurado, o que o deixa sob risco maior de ficar fora das oitavas de final.

No mais, a Seleção já está confirmada pelo treinador e deve ir a campo com Alisson; Dani Alves, Éder Militão, Bremer e Alex Telles; Fabinho, Bruno Guimarães (Fred) e Rodrygo; Antony, Gabriel Martinelli e Gabriel Jesus (Pedro).

Com isso, só o trio que atua no futebol brasileiro não terá sido utilizado ainda: o goleiro Weverton, do Palmeiras, além de Éverton Ribeiro e Pedro, dupla do Flamengo.

Dupla baiana

Por falar em dupla, pela primeira vez nesta Copa, os dois atletas baianos convocados estarão em campo. Daniel Alves, por sinal, será o capitão e baterá um recorde.

Aos 39 anos, o lateral se tornará o brasileiro mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo, marca que pertence ao zagueiro Thiago Silva, de 38. Antes do Mundial no Catar, o recordista era Djalma Santos, bicampeão em 1958/62 e que jogou a Copa de 1966 aos 37 anos de idade.

O outro baiano é bem menos conhecido do público. Afinal, Bremer só jogou no futebol brasileiro durante um ano, pelo Atlético-MG, e saiu aos 21 para a Itália, onde atualmente defende a Juventus, aos 25.

Se depender do nome, o zagueiro pode ser pé-quente. É uma homenagem do pai dele ao alemão Andreas Brehme, autor do gol do título da Alemanha na Copa de 1990 -1×0 na final contra a Argentina.

Camarões

Quanto ao adversário, sem muitas preocupações. Será o terceiro duelo entre brasileiros e camaroneses em Copa do Mundo. Nos dois encontros anteriores, triunfo verde e amarelo com tranquilidade e sobra. No primeiro, em 1994, no trajeto do tetracampeonato, vitória por 3×0, gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto. Uma curiosidade: o atual técnico de Camarões, o ex-zagueiro Rigobert Song, foi expulso naquela partida.

Vinte anos depois, em 2014, na edição do Brasil, outra goleada, desta vez por 4×1. Neymar fez dois, Fred, Fernandinho e Matip completaram o placar no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os dois encontros ocorreram pela fase de grupos, como o atual.

Este terceiro significa a vida para a seleção africana. São as últimas esperanças de avançar de fase e não ter o mesmo desfecho de sete das oito vezes em que participou da Copa do Mundo, além de continuar sonhando em igualar a campanha da edição de 1990, na Itália, quando chegou às quartas de final.

Para isso, além de vencer o Brasil, Camarões precisa também torcer ou por um empate na partida entre Sérvia e Suíça (que jogam no mesmo horário, em Doha) ou que os sérvios vençam sem fazer mais saldo de gols.

Fonte: Correio