Um projeto criado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) há 30 dias evitou, segundo estimativa da Sesab, que 5 mil pacientes com doenças crônicas saíssem de casa e recebendo seus remédios em meio à pandemia do novo coronavírus.

O projeto engloba os pacientes cadastrados na Farmácia Integrada de Medicamentos da Atenção Especializada (FIMAE), Hospital Geral Ernesto Simões Filho e Hospital Ana Nery. De acordo com a Secretaria, na segunda etapa do projeto, pacientes cadastrados no Hospital das Clínicas (HUPES) serão incluídos. A Sesab informou que caso o paciente não receba o contato por telefone para que a entrega seja agendada, terá que comparecer normalmente na farmácia que está cadastrado.

Segundo o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, “a iniciativa pioneira contempla pacientes cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) portadores de transplantes, insuficiência renal crônica, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hipertensão pulmonar e lúpus, que sejam residentes na Região Metropolitana de Salvador”.

Para pacientes do interior do estado, a Sesab informou que as 28 bases localizadas em “cidades estratégicas” continuarão realizando a distribuição de medicamentos.

Família Prado Serrado

A família Prado Serrado, residente em Salvador, foi englobada na atuação do projeto. Lucas, filho gêmeo de 21 anos do casal, é portador de doença renal crônica há sete anos, e, para conseguir controlar a doença, faz uso diário do medicamento imunossupressor Tacrolimo.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, Lucas deixou de ir à farmácia do Hospital Ana Nery, onde é cadastrado, para pegar sua medicação. A família de Lucas – pai, mãe e irmã – foi diagnosticada com o vírus e já está recuperada.

Fernanda Serrano, mãe de Lucas, conta que assim que a família suspeitou da doença, Lucas foi mandado para casa de um parente. Fernanda relatou que recebeu uma ligação da Secretaria informando que os medicamentos do filho seriam entregues em casa pelos Correios.
 
“Os Correios trouxeram num dia e dois dias depois voltaram para pegar a receita e os documentos assinados, deixados na portaria. Tudo sem contato. Eu fiquei encantada com essa iniciativa, justamente num momento tão difícil em que a gente precisa se resguardar. Eu fiquei muito satisfeita e agradecida”, complementa a mãe de Lucas.