Presidente da Câmara defende ampliação de medidas tomadas pelo governo para enfrentar a crise do coronavírus.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que já há parlamentares estudando uma forma de prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso.

Maia entende que o benefício concedido por três meses a trabalhadores informais pode não ser suficiente diante da pandemia do coronavírus.

O presidente da Câmara reforçou ainda que deputados estão analisando a ampliação de outras medidas já tomadas pelo governo.

Após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e governadores no Palácio do Planalto, Maia foi à Câmara, onde foi questionado sobre a possibilidade de estender o auxílio emergencial.

  • A impressão é que sim (será necessário prorrogar auxílio emergencial).

Em que condições? Nós não podemos esquecer que o auxílio emergencial é fundamental. Se a crise continuar, ele vai ser tão importante como está sendo agora. Agora, de onde vamos conseguir tirar o dinheiro? Esse é o nosso desafio. Já coloquei alguns parlamentares para estudar isso para ter uma proposta que a gente possa fazer ao governo. Se for necessário, (vamos) continuar com o programa, mas a gente precisa encontrar parte desses recursos na estrutura de gastos do governo, onde tem (dinheiro) e está mal alocado – disse Maia.

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O presidente da Câmara também avalia que o Congresso poderá alterar a Medida Provisória 936, que autorizou a redução de salários e jornada de trabalhadores. A ideia é estabelecer na MP a possibilidade de que o presidente da República possa postergar a regra.

  • (Temos) demanda grande de prorrogar a MP 936, vamos colocar com o relator. Tem muita convergência de a gente autorizar o presidente da República a poder renovar a MP 936. Eu acho que isso é importante.

Maia elogiou ainda a conversa entre Bolsonaro e governadores. Disse que o diálogo é importante para encontrar caminhos para a crise. Sobre o socorro a estados e municípios, previsto em lei ainda não sancionada por Bolsonaro, disse que o ato deve sair nos próximos dias.

  • O maior problema depois da sanção é que tem algumas travas no projeto, a necessidade de abrir mão de ações que foram apresentadas pós decretação de calamidade, acho que esses são os maiores problemas.

O problema não é a questão do dinheiro. Me pareceu que não é o maior problema, mas tem alguma burocracia. Por isso que eu acredito que ele não tenha cravado uma data, mas vai ser muito próxima à data demandada pelos prefeitos e governadores, na minha opinião – disse Maia.

Maia disse entender que o socorro chegará aos estados e municípios “nos próximos dias” ou “no fim do mês”. Na reunião, Bolsonaro afirmou que sancionará a lei, com o veto, o mais breve possível.

Com isso, o funcionalismo de União, estados e municípios terão os salários congelados até 2021. Bolsonaro afirmou que o congelamento de salários é o remédio menos amargo.

  • É uma trava importante e simbólica – disse Maia sobre o congelamento de salários.

Fonte: Jornal O Globo