A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou, neste domingo (5), o nono óbito pelo novo coronavírus (covid-19) no estado. O paciente era um homem de 87 ano, que morreu na última sexta-feira (3) e cujo resultado laboratorial foi divulgado na manhã deste domingo (5).

De acordo com a Sesab, ele tinha Alzheimer e foi internado em estado grave em um hospital público na capital baiana em 3 de março com quadro de insuficiência respiratória. O paciente era residente de Salvador.

8ª vítima
O vice-presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-BA), Luiz Batista Felipe Filho, morreu, aos 55 anos, neste sábado (4), vítima da covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus. O bancário estava internado no Hospital Aeroporto, em Lauro de Freitas, e é o 8º morto pela doença no estado.

De acordo com amigos do bancário que não quiseram se identificar, o filho de Luiz Batista, que tem 34 anos e também é gerente da Caixa, está com covid-19 e está entubado há oito dias e ainda não sabe da morte do pai. Os dois voltaram dos Estados Unidos, onde contraíram a doença, há 15 dias.

Por volta das 18h deste sábado, o hospital comunicou o falecimento de um paciente 55 anos, do sexo masculino, que estava internado na unidade após apresentar febre, tosse, dispneia e dor de garganta. Ele era residente de Salvador. Pouco depois, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou a morte.

Neste domingo (5) pela manhã, o Sindicato dos Bancários da Bahia lamentou a morte de Luiz Batista, que era bancário e trabalhava na Caixa há 31 anos.

“O Sindicato presta condolências aos familiares e amigos neste difícil momento de dor e prematura partida. O bancário deixa uma história de luta em defesa da Caixa e de grandes contribuições para o movimento dos empregados. Com certeza, vai deixar saudades por onde passou”, diz a nota de pesar.

No texto, o Sindicato reforça a necessidade dos bancos e do poder público atuarem no sentido de diminuir os riscos de contaminação nas agências: “Os trabalhadores continuam expostos e o SBBA segue cobrando das empresas e dos governos atitude para impedir a ploriferação da doença nas unidades”.

Luiz Felipe tomou posse como vice-presidente da Apcef-BA para o triênio 2020/2022 no dia 10 de janeiro deste ano.

Bahia
No último boletim divulgado pela Sesab, na tarde de sábado (4), o estado somou 336 infectados pelo novo vírus na Bahia. Os números atualizados até às 17h, representam 5,17% do total das notificações. Destes, 1.913 casos foram descartados. O último boletim ainda registrava sete óbitos, sendo cinco em Salvador, um em Utinga e outro em Itapetinga. 

Os dados contabilizam todos os registros desde o mês de janeiro.  Ao todo, 63 pessoas estão recuperadas da doença e 33 encontram-se internadas, sendo 18 em UTI. Dentre os casos confirmados, 50,89% dos pacientes são do sexo masculino. 

Mortes por coronavírus na Bahia
29/3 – Homem de 74 anos (Hospital da Bahia, em Salvador)
30/3 – Homem de 64 anos (Hospital Aliança, em Salvador) 
1/4 – Mulher de 28 anos (UPA, em Itapetinga)
2/4- Homem de 88 anos (Hospital da Bahia, em Salvador)
3/4 – Homem de 79 anos (Cardiopulmonar, em Salvador)
3/4 – Mulher de 41 anos (Couto Maia, em Salvador)
3/4- Homem de 80 anos (Utinga)
4/4 – Ex-gerente da Caixa Econômica, 55 anos (Hospital Aeroporto, em Lauro de Freitas)
5/4 – Idoso de 87 anos (Salvador)

Novos casos
Ainda não foi inserido nas estatísticas oficiais os primeiros casos de contaminação pelo novo coronavírus nos municípios de Cachoeira e Jacobina. Por meio de suas redes sociais, A Secretaria de Saúde de Cachoeira divulgou a confirmação por volta das 17h deste sábado. O paciente já está sob cuidados hospitalares e recebe assistência da administração municipal e da Secretaria de Saúde da Bahia, conforme o protocolo do Ministério da Saúde.

No caso de Jacobina, a paciente é uma mulher entre 20 a 40 anos de idade, que teria chegado ao município, segundo informativo da prefeitura do município. A paciente está respondendo bem ao tratamento e encontra-se em quarentena  de 14 dias em sua residência. 

Em Alagoinhas, mais uma vítima atestou positivo para a Covid-19, somando quatro ocorrências na cidade. A informação foi divulgada pelo Núcleo de Saúde da Macrorregião Nordeste, antiga DIRES. A paciente é do sexo feminino, tem 36 anos e está em isolamento domiciliar. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Alagoinhas, seu quadro clínico é estável.

Cura
O mais recente caso de recuperação de um paciente com a Covid-19, divulgado pelo Hospital da Bahia também neste sábado, é mais um dado que deverá entrar no próximo balanço da Sesab. Neste sábado (04), a unidade deu alta a uma mulher de 57 anos que estava internada desde o dia 17 de março, após contrair o novo vírus. De acordo com o comunicado, ela era esposa do primeiro paciente que obteve alta no dia 26 de março, que também atestou positivo para a doença. 

Mais dados
A capital baiana concentraa 72,24% dos casos de coronavírus no estado, com 215 ocorrências. Em seguida vem Feira de Santana, com 21 ocorrências, e Lauro de Freitas, com 11 registros. Porto Seguro e Ilhéus estão empatadas com 10 casos confirmados no período. 

A média de idade dos pacientes é de 46,25 anos, variando de 6 meses a 95 anos. A faixa etária mais acometida é a de 30 a 39 anos, representando 25,30% do total. Porém, o coeficiente de incidência por 100.000 habitantes foi maior na faixa de 50 a 59 anos (4,18/100.000 hab), indicando o maior risco de adoecer entre os idosos, como aponta análise feita pela Sesab. 

Brasil
O ministério da Saúde divulgou, neste sábado (4), os números atualizados do novo coronavírus. De acordo com a pasta, o número de infectados, no momento, é de 10.278. O número de mortes é de 432. O estado de São Paulo lidera tanto em número de casos (4.466) quanto em mortes (260).

Região:Confirmados:Óbitos:
Norte52716
Nordeste1.64259
Sudeste6.295329
Centro-Oeste67512
Sul1.13917
TOTAL10.278432 (4,2% de mortalidade)

Com esses números, o país ocupa a 16º lugar em casos da doença, o 14º lugar em óbitos e o 8º lugar em letalidade. Segundo o secretário executivo do ministério da Saúde, João Gabbardo, a dinâmica da doença no Brasil está “abaixo da curva de crescimento da Espanha, Itália e Estados Unidos, a partir do centésimo caso.” Em todo mundo já foram registrados mais de 1,18 milhão de casos e mais de 64 mil mortes.

No Brasil, nas últimas 24 horas foram notificados 1.222 casos – aumento de 13% em relação à sexta-feira (3). O incremento do número neste dia é o maior desde o início da coleta de dados do ministério da Saúde. O mesmo ocorre no número de óbitos: um incremento de 72 mortes, 20% em relação ao total de ontem (359).

A incidência medida do novo coronavírus no Brasil é de 4,9 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. A proporção varia conforme o estado, e é superior no Distrito Federal (14,9 casos), seguido por São Paulo (9,6), Ceará (7,9), Amazonas (7,4), Rio de Janeiro (7,2), Rio Grande do Norte (6), Roraima (5,9) e Acre (5,1).

Os óbitos afligem mais os homens (57,6%) do que as mulheres (42,4%), de acordo com total de mortes apuradas até ontem. Oito de cada dez óbitos ocorreram com pessoas com mais de 60 anos. A mesma proporção de pessoas que faleceram apresentava pelo menos um fator de risco de morte como cardiopatias, diabetes, problema nos pulmões e doenças neurológicas.

‘Passaporte de imunidade’
Segundo Gabbardo, o ministério da Saúde pensa em formas de criar uma espécie de “passaporte da imunidade”, uma identificação para  pessoas que contraíram o novo coronavírus, se recuperaram totalmente e já possuem anticorpos. Essas pessoas, segundo o secretário, não podem mais transmitir ou ser infectadas, e já adquiriram imunidade. Elas podem ser úteis no contato com grupos sensíveis, como idosos, e possivelmente são aptas a retomar certas atividades.

Cidades sem casos
O secretário afirmou, ainda, que fechar cidades ou municípios que não contabilizam nenhum caso do novo coronavírus pode ser “uma medida excessiva”. “Não significa que vai ficar assim para sempre. Podemos fechar, abrir, se julgar necessário. Acho que isso merece uma discussão. Pode ser que tenha sido antes da hora, e merece uma análise melhor”, afirmou. Gabbardo citou, entretanto, que o relaxamento da quarentena e do isolamento social deve acontecer apenas após a aquisição de material suficiente para lidar com uma larga escala da população. “Já estamos fortes, mas queremos ficar mais fortes ainda”, concluiu.